ELAS ERAM FILHAS DE PÁROCOS
Eu
não sei se você, caro leitor, já notou, que várias escritoras dos séculos XVIII
e XIX, eram filhas de párocos anglicanos? Jane
Austen, Charlotte, Emily e Anne Brontë
(as famosas irmãs Brontë); Elizabeth Gaskell
e outras. Isso não é acaso: Como filhas pároco, elas tinham acesso a uma
biblioteca razoável, pois os seus pais não eram pessoas ignorantes e, o mais
importante, as paróquias eram frequentadas por todo tipo de pessoas, inclusive
famílias abastardas da nobreza, cuja biblioteca possuía todo tipo de clássicos.
Por serem as filhas do ministro, é de se supor que elas fossem recebidas naquelas
casas e, da mesma forma, tivessem acesso ao acervo pessoal das famílias.
Nota-se, quando lemos qualquer uma dessas autoras, que elas possuíam grande
conhecimento em Mitologia
Grega , Shakespeare e vários autores famosos na época; contos
orientais, além de falar outros idiomas, como o francês e o alemão. E, na maior
parte das vezes, eram autodidatas. Vale ressaltar que, pelo fato de morarem no campo,
ter uma vida social bastante simples, elas usassem o tempo disponível para, além
de aprender tudo que uma dama vitoriana tinha que saber: costurar, bordar,
cantar e tocar instrumento, elas lessem muito.
JANE AUSTEN
Este é o caso de Jane
Austen. Outro detalhe importante nos livros dela é que eles têm muito da
própria autora – coisa natural e até louvável. A autora Charlotte Brontë,
em seu livro autobiográfico, Villette (ainda sem tradução no Brasil), na boca
da personagem Lucy Snow, relata que não apreciava autores que não “mostrassem
à sua alma em sua escrita”. Jane Austen fez isso. A sua primeira
obra publicada, “Orgulho e Preconceito”, publicada pela primeira vez em 1813,
ela, simplesmente, mostra à sua personalidade na personagem principal, Elizabeth Bennet – determinada, sarcástica, orgulhosa,
ousada, inteligente e feia (apesar de o filme ter colocado a linda Keira Knightley para
representá-la, sabemos que ela não era bonita. A personagem Jane Bennet,
que no livro é a sua irmã predileta, simplesmente era a sua própria irmã,
Cassandra; sem falar que o Sr. Bennet, que também era um pároco anglicano. Coincidência?
Não, de forma alguma. Usando o velho clichê: “a vida imita a arte ou a arte
imita a vida”. Nos próximos post, vou falar mais sobre essas notáveis
autoras que influenciaram gerações – e que continua influenciado, pois suas
obras são imortais e atemporais –, suas vidas e suas obras.
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